segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Motivos Banais.


       Já notou como as pessoas gostam de criar climas por coisas banais, ou simplesmente mal refletidas?

      O mundo tem a mania constante de se focar em coisas ruins... Por exemplo?! Reclamação!
      Nada como uma boa briga para fazer arder o ódio que fica trancando dentro de cada ser esperando a oportunidade certa para atacar, como verdadeiras cascavéis disciplinadas.
      Exatamente, para que reclamações de coisas incomodantes existem? Por que raios de Zeus, rei dos Deuses da Grécia, as pessoas crêem que irão mudar as outras através de reclamações que incomodam á elas, e apenas elas?
     O mundo jamais parou para mudar por uma pessoa só, ou -como crença em histórias religiosas- Jesus não teria sido assassinado; dizendo de forma curta e grossa.
     Quem dirá meras pessoas com foco em seu bem estar irá conseguir algo? Mais uma vez, o egoísmo parece preencher o espaço vazio e sem sentido dentro de cada pessoa que insiste que reclamar é a solução para problemas.
     A revolta! Sim, algo que é o verdadeiro resultado da reclamação. Se crê que reclamar até cansar o próximo irá solucionar algo, deverás parar para analisar seus pensamentos desalinhados.
     Seus desejos jamais são ordem para alguém, e jamais você será tratado como um verdadeiro rei, porque cada ser vivo tem o direito de se foder varias vezes na vida até que a idéia de que não é o único filho de Deus na Terra impregnem em sua mente como verdadeiras sanguessugas dispostas a sugar toda sua razão inexistente e artificial.
     Exato, você está errado!



Bonato Fou!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Sentidos apurados.

                       Eu gosto da forma como o céu reflete em uma poça de chuva, e como é possível vê-lo em movimento através dela. Eu gosto da forma como um pote de sorvete deixa sua mão dormente em um dia ensolarado, ou deixa seu corpo arrepiado em um dia de frio. Eu gosto de como um bom ritmo é capaz de fazer as pessoas mais tímidas baterem o pé no chão seguindo o mesmo. Eu gosto da noite, quando você parece ser a única pessoa acordada no mundo todo. Eu gosto do frio que deixa as mãos graciosamente roxas. Eu gosto das veias saltadas na mão das pessoas. Gosto da anormalidade das pessoas, causando o diferencial que normalmente é criticada. Gosto quando o errado parece ser o certo. Gosto quando as pessoas ficam quietas. Gosto do medo causado por filmes. Gosto de o improvável acontecer de forma impossível em qualquer dia da vida. Gosto da inspiração, da imaginação, da criação. Gosto quando o vapor da boca embaça o vidro. Ou quando a chuva bate contra o vidro de um carro. Gosto dos ventos contra o cabelo, fazendo tudo parecer uma cena de filme de cinema. Gosto do que o fogo é capaz de fazer, e gosto como a neve é fascinante, a ponto de derreter ao tocar a pele quente do ser humano. Gosto do modo como a água molha o corpo. Gosto quando os horóscopos batem perfeitamente com os signos, deixando a expressão surpresa na face de todos. Gosto de ver as pessoas cometerem o que julgam ser pecado. Gosto dos animais místicos inexistentes. Gosto da forma como algumas pessoas são capazes de manipularem e ser manipuladas. Gosto da sensação de felicidade percorrendo seu corpo e lhe dando impulso para tudo. Gosto do efeito do sussurro. Gosto da facilidade de sedução do pertencente ao signo de Gêmeos. Gosto da delicadeza do pertencente ao signo de Virgem. Gosto da facilidade da escrita em algumas pessoas. Gosto do risco. Gosto da forma como as pessoas se apaixonam, como vivem uma vida separada em conjunto. Gosto do isolamento, porém, aprecio uma maravilhosa divertida conversa entre verdadeiros amigos. Gosto do alivio do choro, após uma noite inteira. Gosto da delicadeza do amor, ao tratar outra pessoa, e o que faz você ser capaz de fazer. Gosto da influencia inconsciente que muda sua vida de forma positiva devida as emoções do momento. Gosto das pontas dos dedos deslizando em alguma parte delicada do corpo de quem se ama. Gosto da chuva colando a roupa no corpo molhado. Gosto de observar as pessoas em silêncio. Gosto de gritar em pleno lugar coberta de almas que irão te olhar como se você fosse a pessoa mais estranha do mundo, porém, sabendo que essa era tanto a vontade deles quanto do resto do mundo. Gosto dos sentimentos inexplicáveis. Gosto da junção de dois corpos do mesmo sexo. Gosto de alimentar o ódio, para piorar situações. Gosto da forma como a música tira a consciência das pessoas, as levando em seus sonhos, ou imaginações. Gosto da idéia de um lírio branco deslizando pelo corpo da pessoa que se ama. Gosto do som da respiração ofegante. Gosto da cor do sangue escorrendo por uma parte do corpo. Gosto da forma como outras pessoas podem fazer pessoas se sentirem únicas com apenas um olhar, ou um gesto. Gosto do sussurro ao pé do ouvido, e do estado emocional que as pessoas ficam diante dele. Gosto de fechar os olhos e imaginar... Tudo o que eu vou fazer acontecer em breve.



Bonato Fou!

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Papillon; Libération et de transformation.

- Feche os olhos e sonhe...
Aquilo parecia ecoar na cabeça da garota, que a trazia um sono pesado e sem sentido. O corpo estava espalhado na cama como de costume, o celular com o fone sobre a altura do estômago, e os olhos observava o teto que ia se apagando conforme as pálpebras ficavam pesadas. Ela havia pensado o dia todo, e mesmo assim estava disposta a continuar a pensar, sem problema algum... Mas realmente, o sono venceu.

- Fou?!
Aquela claridade parecia impedir a garota de abrir os olhos, porém, quando o fez, sua expressão era de pura confusão. Era tudo branco demais e realmente, sem um fim, ou talvez sem um começo. A única coisa que se destacava, era uma imagem embaçada -por conta dos olhos recém abertos- a sua frente, aproximando-se. Logo a garota tomou total visão da mulher com um vestido um tanto quanto leve, e asas delicadas e fechadas perto do corpo da mulher.
- Pensei que não viria Fou. Você é insistente. – A doçura na voz da mulher era anormal, e por vezes aparentava um certo enjoo; ninguém conseguia ser tão doce assim.
A garota enrugou a testa observando a mulher, e logo maneou a cabeça sem notar. Olhou em volta em seguida e realmente, aquilo parecia loucura, ou a deixaria louca.
- Acalme-se, Fou. Viemos apenas conversar...
- Conversar sobre o que? – O tom de voz era um tanto rude, ou poderia ser julgado perdido.
- Ela! – Foi bem exata.
A garota fez uma leve expressão de dor e em seguida suspirou, sentando em um sofá branco, e logo a mulher estava sentada a sua frente, em um banco alto e branco.
A expressão de dor intensificou, e logo ela notara que agora ali realmente estava doendo. Olhou para si mesma e em seguida para a mulher.
- Por que isso? Essa dor?
- Não sabe? Ela lhe causa isso...
- Não! Não causa. –
O tom de voz da garota foi mais rude do que o normal, e ela pareceu se exaltar.
- Fou! Fou! Acalme-se, é apenas uma conversa.
- Que tipo de conversa?
- Você queria compreender, não queria?

Encarava a mulher, agora, com a expressão ainda mais confusa. O que aquela mulher desconhecida podia lhe ajudar a compreender algo. Odiava intromissões, mas a mulher parecia lhe “envolver” facilmente com aquela doçura toda. Não parecia criar intenções de julgar, ou de fazer perguntas desnecessárias.
- Onde ela está agora, Fou?
A expressão dolorosa da garota se intensificou, e ela se sentou obrigada a desviar o olhar, para qualquer lugar dali.
- Longe ...
- Sim! Compreende a dor? –
A doçura da mulher parecia ser um certo conforto com toda aquela conversa que parecia com uma verdadeira conhecida, do que com a desconhecida a minutos atrás.
Ergueu o olhar para, finalmente, os olhos da mulher e eram de um tipo castanho maravilhoso, e com as sobrancelhas perfeitamente sincronizadas com a face dela. Ela enrugou a testa, a encarando; estranha sensação.
- Compreendi. – O tom era falho e baixo, enquanto a encarava.
- Ama ela?
- Amo!
- Amou antes?
- Achei que tivesse amado...
- E porque tem certeza dessa vez?
Aonde ela queria chegar? Porque parecia conhecer mais o que estava sentindo do que a própria Fou. A garota enrugou a testa e suspirou.
- Ela faz minha vida andar...
- Só?
- Não! Ela me faz acordar sorrindo pelas manhãs insuportavelmente ensolaradas, ou graciosamente frias.
- Hum... Conte-me algo que especifique mais isso.
- Ela faz eu querer mais, mais para mim, mais para ela. Ela me faz querer sofrer risco, e viver. –
Fou parecia se alterar a cada palavra ao descrever tudo aquilo. Respirava fundo por diversas vezes, procurando o ar. Suas expressões mudavam por diversas, difícil de descrever.
- Fou! Fou! Acalme-se... – A mulher ergueu a mão ao pedir, e automaticamente, de forma completamente estranha a garota parou, acalmando-se instantaneamente. -... Já chorou?
Aquilo era mais difícil do que o normal, agora. Admitir lagrimas não era o forte de Fou. Enrugou a testa, encarando a mulher, e manteve-se em silêncio.
- Não é facilmente preenchido não é?! E isso parece piorar conforme o tempo passa... Conforme o modo como agem uma com a outra se intensifica. Conforme a voz dela penetra agressivamente na sua cabeça, não é?! – A mulher sustentava o olhar de Fou com a mesma doçura que carregava durante toda a conversa. – Isso dói.
- Dói! –
Disse em um resmungo, porém, logo negou com a cabeça. – Mas vale apena.
- Vale, Fou?
- Aham!
- E porque me diz uma coisa dessas? –
Ela maneou a cabeça, encarando docemente.
- Porque ela me dá força.
- Força para que, Fou?

Desceu o olhar para os pés ainda calçados com o all star preto que ela tanto não ia com a cara, e logo riu baixo em seguida ao pensar nela dizendo que não gostava de all star, porém, sendo o único tênis que Fou calçava, ou o que mais calçava.
- Por que ri, Fou?
Ergueu o olhar para a mulher, maneando a cabeça. Logo, um suspiro pesado soltou entre os lábios da garota, abrindo o sorriso de canto.
- Ela não curte muito all star.
A mulher enrugou a testa, parecendo confusa, porém, por duvidas, apenas preferiu sustentar o olhar da garota.
- Ela me faz rir quando eu deveria chorar. Ela me dá força. – O tom da garota era firme, enquanto o sorriso se mantinha na face.
Vendo logo a expressão da mulher mudar para quem havia, enfim, entendido que mensagem a garota queria passar.
- As coisas não são fáceis, não é?
- Ninguém entende!
- São julgadas...
- ...E nem um pouco compreendidas. Ninguém quer compreender ou aceitar.
- Precisa que as pessoas aceite, Fou?
- Não! –
Respondeu Fou, enrugando a testa, um tanto confusa e realmente “pasma” com a pergunta.
- Porque se importa?
- Não me importo, ninguém vai fazer eu mudar de idéia, ninguém vai tirar de mim o que eu sinto por ela...
Estranhamente, as asas delicadas da mulher mudaram para uma cor vermelha, e forte. Fou arqueou ambas as sobrancelhas, observando a mulher surpreendida.
Pernas enfraquecidas, borboletas no estomago, respiração lhe faltando e outros sintomas que surgiam instantaneamente começava a deixar a garota assustada.
- Fou, ela te deixa assim porque você nunca sentiu isso antes, e por mais que estejam juntas por tanto tempo... Ela sempre irá lhe fazer se sentir assim como se fosse a primeira vez que ela lhe olhasse. Que ela sorrisse para você. Que ela lhe tocasse...
- Para! Não quero saber... – Alterou-se Fou, encarando a mulher de forma firme.
- Você não saberia nem se tentasse, Fou!
- O que quer dizer com isso?
- Você não explica o tamanho, explica o que sente...
- E o que tudo isso tem com essa conversa, o que quer afinal? –
O tom confuso agora predominava, e Fou levava uma das mãos à cabeça, tentando raciocinar. Perturbada, mal olhava para a mulher e mal enxergava tudo a sua volta. Aquilo começava a se tornar forte demais, e a garota começava a sentir uma enorme pressão dentro de si.
- O que quer por ela? – A voz doce havia mudado, não que havia deixado de ser... Mas a mulher parecia deixar a conversa mais firme, obrigando a garota a falar.
- Só a felicidade dela. Proteger ela! – Resmungava Fou, ainda com a mão na cabeça, perturbada.
- E a sua felicidade? E porque acha que não protege? – O tom alterado, porém doce, deixava a garota mais confusa e perturbada.
- Minha felicidade está com ela... Com ela. – Resmungava, enquanto apertava a cabeça com as mãos. – Eu não posso protegê-la, estando onde estou. Longe!
A mulher se aproximou em apenas uma batida de asa, de forma rápida e um tanto assustadora, segurou a face da garota com ambas as mãos, a encarando, e assim, fazendo a garota encará-la.
- Ela protege você? – O tom agora, calmo, e baixo, fez a garota parecer um tanto quanto “hipnotizada”.
- Protege!
- Como?
- Eu... Eu normalmente não faço o que ela pede para eu não fazer por trazer o mal para mim. –
Ainda resmungava Fou, atordoada, e agora parecia drogada.
- Ela está aqui para realmente te impedir disso?
Fou apenas negou a cabeça, abaixando o olhar e respirando fundo; de qualquer forma, ela protegia a garota.
A mulher aproximou os lábios do ouvido da garota, ainda segurando com firmeza a face dela.
- Quem eu sou?
Fou fechou os olhos automaticamente ao ouvir a voz da mulher, enrugando a testa, resmungando baixo em seguida.
- Eu sou aquilo que te obriga a sorrir pelas manhãs quando acorda com ela no pensamento. Eu sou aquilo que lhe obriga a ter borboletas no estomago quando ela te deixa doida. – Aquela voz havia voltado a sua cabeça, e saia de uma mulher que minutos atrás ela julgava desconhecida. - Eu sou aquilo que lhe faz ouvir a voz dela, sem pedir a ela, ou estar falando com ela. Eu sou aquilo que lhe faz fechar os olhos e ver ela... O modo como ela sorri primeiro por um canto da boca e depois pelo outro. Que lhe faz ver a expressão tímida dela, ou a mania incontrolável de mexer as sobrancelhas. Eu sou aquilo lhe faz perder o sono por querer explodir só em pensar ela. Eu sou o que obriga seu coração a acelerar... Eu sou seu medo de ouvi-la chorar.
Foi a onda mais forte de todos os sentimentos de uma vez só, sentindo cada coisa que a mulher falava com a voz dela, foi a sensação mais fascinante e estranha que ela havia sentindo na vida, o que durou por poucos segundos, até sentir o toque da mulher em sua face se afastar, e assim a obrigando a abrir os olhos, se deparando com apenas uma pequena, linda e delicada borboleta que voou em direção ao seio que cobria o coração da garota...

O celular vibrou na altura do estômago informando uma nova mensagem. Fou abriu os olhos se deparando o teto que encarava antes de dormir. Toda aquela estranha sensação se mantinha pelo corpo da garota, e ela simplesmente parecia, ainda, tentar voltar ao “mundo”.
- Acalme-se Fou, e espere...
Aquela voz a deixava definitivamente intrigada. Já havia acordado, mas então tudo havia sido real? Sentou-se rapidamente ao acordar de fato, e pegou o celular, ignorando mais uma daquelas mensagens ridículas de sua operadora, e logo apertava os botões do celular com uma certa velocidade:


“Adriana Duarte, você existe?”